segunda-feira, 28 de setembro de 2009

achados e perdidos

Dos teus cabelos claros queria o mesmo brilho no olhar
O olhar cor de fogo que brilhava em seu peito e se apagou, se tornou azul
O mesmo azul do céu que ousei tocar e me perdi
Que me perdi tentando te achar

Encontrei a porta fechada e as cores me confundiam
Em qual entrar, aonde sairia?
Só as flores me remetiam a você
Mas sempre preferiu se esconder na escuridão

Roubou a estrela que agora habita seu peito
Minha luz caída do céu
Levou a contigo por uma vida
Sem que eu a reclamasse, sabendo que eu a perdia

No fim, me deu a mão
Me colocou em seu pedestal
Me trouxe a estrela, o brilho, o azul e o fogo de volta
Mas nada mais servia, só o tempo me tinha

...era tarde.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009


eu quis ter você
te contar o meu engano
quanto te amei errando o amor
daqueles dias e dos momentos
que juntos fizemos valer a pena
o passar das horas e minutos
e as noites transformamos
em sonhos sempre
acordados
euevocê

08/05/08

domingo, 20 de setembro de 2009

mimeu

Caminho nas horas em busca do momento que perdi em algum lugar do meu passado. Aquele pedaço de mim mesma que costumava ser leve e tranqüilo, todo o tempo. Que se importava com tudo e mesmo assim arranjava tempo para sorrir, o tempo todo. Que não precisava ser acalmada pela voz interior dizendo que está tudo bem. Procuro a solidão perfeita, aquela que eu costumava compartilhar comigo mesma naquele mundo só meu em que me enterrava. O casúlo se rompeu e em certo momento me perdi no mundo real. Posso voltar?

A preocupação é menor, ouço sensatez na minha cabeça, receio o que já foi e isso me faz forte. E em meio à confusão, me ouço dizendo algo óbvio, mas que eu relutei tanto tempo a me escutar. Compreendo a situação e abro minha mente para sonhar. Que a ficção não vire realidade, deixe-me vivê-la longe daqui.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

notas

caminho a passos largos enquanto a música toca e faz da rua um deserto. o foco dos meus olhos eram seus e junto a você e a nossa realidade minha visão também se embaçou. o silêncio do vazio toma meu espírito, enquanto a música parece ecoar em meu peito e iluminar o que ainda há de vida aqui fora. a luz reflete e dá cor e tom aos fantasmas.

o vale se estende a minha frente e nos próximos minutos os pensamentos irão se perder enquanto a mente arranja argumentos para me dissuadir. daquilo que penso, que acho, que lembro, que se foi e será, que teria sido e não foi. minha visão escurece um pouco mais. não há mais reflexos.

o som palpitante segue o ritmo da música. logo mais a seleção se acalma, o corpo relaxa e o toque será diferente. rumo ao fim, enxergo o verde lá em baixo. do caos que vim, não há retorno.

o som me abate.