sábado, 3 de dezembro de 2011

desordem num passar de vida


Enquanto menina carrego preocupações sobre o futuro, faço planos e me perco neles como em busca de um caminho melhor para o traçado. Enxergo falta de perspectiva em dias não planejados e percebo a insegurança quando lágrimas caem sob ombros alheios em dias de tensão. Perco-me em dúvidas e questionamentos numa calçada qualquer ao som da recém descoberta, perco-me em imagens e músicas que guiam meu desequilíbrio. Guardo-me sozinha em momentos de angústia para fazer brotar sorrisos quando o importante me aguarda. E no desenrolar de uma vida, indago os propósitos preguiças permanências presente parafraseando o eterno retorno de Nietzsche.

Enquanto mulher me entrego a vida desregrada. Perco tempo e deixo momentos passarem sem que tivessem existido. Sou impulsiva, travessa e descoordenada. Danço em círculos ao som da mesma música. Repetidas vezes. Volto ao passado para sentir o gosto de uma alegria inédita. Experimento sentimentos procurando acertar o tom. Observo, sinto, ajo, reajo e tudo é sempre tão passageiro. A noite num piscar de olhos ao amanhecer. Pensamentos que já e ainda não mais enclausuram minha liberdade. E no passar de uma madrugada, já sou outra. E berro e brigo nas primeiras horas da manhã, dependendo do humor, dos dias que se seguem e do que me espera. Ou não. Sou simplesmente a mesma daqueles momentos que nunca existiram, doce e vulnerável.

Sempre volta outra pessoa.