quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Cartas na mesa
A seleção é aleatória. Um sorriso, um olhar, mas na maioria das vezes caio nas garras da inteligência. Não há nada mais charmoso do que conhecimento, ironia e cavalheirismo, atrelados, é claro, a barba mal-feita e estilo.
Alguns não precisam anunciar a presença para serem notados, mas depender da aparência e esnobar a voz é jogo de alto risco. Os menos notáveis costumam ser melhores no quesito “surpreenda-me”, já que não contam com cartas extras.
No entanto, ambos me levam ao tédio rapidamente. Ao tédio ou à loucura, então, como solução para o não-aborrecimento, salto de fixação. Do mesmo modo como um olhar me atrai, o cadarço desamarrado acaba se tornando um defeito essencial para o desenrolar do relacionamento. E, assim, faço da paixão mero passatempo e movimento meu pino para a próxima casa do tabuleiro.
Accidental me
Talvez seja só um mal-entendido. O lugar e hora errados para pensar em você. E a inexistência de presentes em meu presente te fazem responsável pelo espaço disponível.
inspiração
deixaria de lado toda essa indignação quanto aos relacionamentos estruturados, jogaria fora minhas convicções sagitarianas. que se foda minha liberdade, pegue-a. porque sei que faria bom uso dela, te pago com doses de espontaneidade, e meu troco seria a segurança de ter só pra mim.
The Collection
E você continua aqui.
Naquele dia não pude me segurar. Tinha tanto a dizer e minha garganta ardia por tentar segurar lágrimas que insistiam em cair. Meus defeitos e vícios cuspidos em minha cara, algo que não pensei que você faria. Por todo esse tempo nunca imaginei que tais pensamentos ocupassem sua cabeça, e, assim de repente, descubro cicatrizes profundas que causei e que, por não conhecer, nunca respeitei. Foi como um tapa na cara saber o quão rápido você pôde listar todos os meus erros. E eu não tinha escolha, além de te ouvir.
Agora ouça, eu posso ser a pessoa mais pessimista, e a mais adorável, ao seu lado. E ainda que você me veja por inteira, cave meus sentimentos e me envergonhe, eu peço, continue aqui. Você viu cada parte, viu minha luz, agora ame minha escuridão. E continue aqui.
Por favor, seja capaz de me tirar dos saltos altos. Seja o idiota que eu sempre suportei, e amei. Você foi meu amigo, meu melhor amigo, sempre teve seus benefícios. E quando te via, te vejo, e sempre, eu perco o fôlego. Sabe, talvez eu não consiga ser boa sem você.
Eu tento argumentar o seu amor na triste convicção de que eu já o experimentei antes. Isso talvez nunca aconteceu (acho incrível a maneira como eu saboto minhas fantasias de reconciliação). Mas, então, porque você continua aqui?
Você me vê, desse modo em que não há amnésia seletiva, e que eu acreditava não existir, antes que você começasse a falar esta noite. Minha memória é simples, eu sempre esqueci o que preferia não lembrar.
Mesmo arrasada e perdida, seu sorriso me dá esperança de que talvez tudo possa ficar bem. É que eu só percebi agora, me desculpe. Se nos apaixonarmos novamente tudo seria resolvido. O amor sempre foi analgésico para a rotina, tome a pílula. E continue aqui.
Não se surpreenda se eu te amo pelo o que você é, sempre foi desse jeito. E ao invés de listar seus erros, preferi sorrir por suas qualidades. Por favor, mantenha meus pés no chão.
E você continua aqui. Posso voltar a sorrir?