quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Cartas na mesa

De uma maneira geral costumo ter fixações rápidas e únicas. Explico: minhas grandes paixões repentinas tem prazo de validade, duram no máximo três meses, são intensas, talvez por isto se esgotem rapidamente, e, quando escolhido o alvo, ele é único, não há espaço para outro corpo, nem mente para dois amores.

A seleção é aleatória. Um sorriso, um olhar, mas na maioria das vezes caio nas garras da inteligência. Não há nada mais charmoso do que conhecimento, ironia e cavalheirismo, atrelados, é claro, a barba mal-feita e estilo.

Alguns não precisam anunciar a presença para serem notados, mas depender da aparência e esnobar a voz é jogo de alto risco. Os menos notáveis costumam ser melhores no quesito “surpreenda-me”, já que não contam com cartas extras.

No entanto, ambos me levam ao tédio rapidamente. Ao tédio ou à loucura, então, como solução para o não-aborrecimento, salto de fixação. Do mesmo modo como um olhar me atrai, o cadarço desamarrado acaba se tornando um defeito essencial para o desenrolar do relacionamento. E, assim, faço da paixão mero passatempo e movimento meu pino para a próxima casa do tabuleiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Querida Condessa,
E bom ver que vc coloca um pouco da sua alma nos textos que escreve.
Pq sejam eles realistas ou fruto da sua imaginacao ainda sim sao puramente vc!!!