quarta-feira, 12 de agosto de 2009

e é nesse estado que chego até você. com os olhos dormentes negando ver o que haviam enxergado. você não percebe o quanto me magoa com seus atos vazios, suas palavras inexpressivas e essa cara de cão sem dono. é sempre do mesmo jeito, as cenas se repetem num circuito sem fim. sempre chegamos a este momento, no qual eu falo e você se cala frente a culpa que te atormenta e que só diante do meu discurso você é capaz de perceber. será sempre tão dificil entender o óbvio? pois é assim que você justifica seus erros a cada fuga. tua culpa me persegue, meu erro não me deixa em paz, minhas pernas tremem e na tentativa de me manter estável vou de joelhos ao chão. desço um pouco a cada perdão. limito meus atos a cada instante em que vou contra minhas crenças. você me faz assim. me escuta, pois essa talvez seja sua última cartada. essa talvez seja sua última chance. não, não de me ter, pois de mim você nunca mais receberá nada. não terá perdão, essas são suas últimas palavras. o sentimento que existia criou vergonha e se escondeu junto às lembranças que um dia me fizeram tão mal. tudo enterrado frente ao túmulo que você mesmo cavou. me livrei de você. mas escuta bem, pois essa é a última chance que você tem de me ouvir e desaparecer como o homem que eu pensei conhecer. se levanta, me olha nos olhos, vire-se e saia. esqueça que esse apartamento existe, que aqui o amor foi vivido, sonhos realizados e um futuro planejado. não procure vestígios em nosso passado, não me procure em seu decorrer, decadente. e a cada vez que errar, lembre-se que sua chance foi descartada. que o homem morre agora e em você só sobra a piedade de uma vida a viver. boa sorte.

(dor)mente

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