terça-feira, 28 de setembro de 2010

ondine

I'm sitting with you
Sitting in silence
Let's sing into the years, like one...

Como em contos ele apareceu. Encantando, embora os papéis estivessem invertidos. Em sua defesa eu precisei combater demônios. Usei das minhas armas mais letais, aquelas nunca antes reveladas em juízo perfeito. Em minha guerra particular ele era mero coadjuvante e, ao mesmo tempo, razão de tudo. Motivo justo, imparcial e perfeito.

A longa jornada foi cumprida, tão comprida. Por anos prometi o contrário e fiz das minhas verdades nosso ideal. Se tivéssemos cavalos teríamos cavalgados juntos pela praia. Como em uma cena brega ao pôr-do-sol. E disso, nada nos importaria. A não ser o toque suave dos lábios como recompensa para aquele momento.

Minha coroa de flores não vieram de fadas. Mas ele trouxe o buquê que enfeita a mesa da sala. Eu sempre preferi os lírios. Seu perfume. E ao me procurar pelo salão, ele seguia o brilho do arrastar de meu vestido. O toque da seda era tão suave quanto suas mãos acariciando meu rosto.

Como sonho. Tão irreal. Às vezes imaginado. Sempre verdadeiro. A vida seguia.

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