quinta-feira, 20 de março de 2008

Adeus

Foi assim mesmo que eu te pedi pra agir: que me fizesse de idiota e acabasse com minha vida enquanto fingia me idolatrar e ser o cara perfeito. Era tanta clareza, as palavras ‘me fode’ pareciam pular da minha boca enquanto meus olhos diziam que eu te amava. Óbvio, na sua porra de cabeça. E foi o que você fez, juntou meia dúzia de vagabundas para te fazerem companhia quando eu colocava minha vida em ordem e ajeitava o nosso futuro. Aquele mesmo futuro que planejávamos juntos entre confidências na cama, enquanto o tempo parecia congelar lá fora e tudo girava em torno de nossas fantasias. A casa azul de janelas brancas, o sofá creme com almofadas coloridas e o tapete daquela loja que a gente foi perguntar o preço fingindo ser um casal nas vésperas do casamento. Teve aquela vez também em que contamos nossa lua-de-mel para o taxista, que acreditou em tudo que dissemos e desejou muitos anos de felicidade ao jovem casal. E então você me aparece dizendo que se cansou? Que o amor acabou? Pois eu acho bom mesmo que você tenha me apagado da sua vida, ocupe-a com suas putas. E nunca, digo nunca, se esqueça do que me fez passar, da vergonha que me fez sentir vendo-os aqui em nosso quarto. Pois eu te apago do meu passado, esqueço do meu presente e repenso meu futuro, nesse segundo para o resto da minha vida, e saiba que eu pensava não ser capaz, mas você tornou a situação muito menos dolorosa. Obrigada.

2 comentários:

Yuri Kiddo disse...

ouch!

junior disse...

Falar que vai apagar o presente é apenas garantia de um futuro com um péssimo passado.

E manda o taxista para o inferno!