segunda-feira, 17 de março de 2008

She played games but she took em too far

Ele te conheceu contando piadas enquanto você esperava por sua amiga na rotatória perto de casa. Chegou te perguntando se não chamava Bruna, já sabendo a resposta. Não existia nenhuma Bruna e você, logicamente, disse seu nome. Objetivo alcançado. E então ele começou a conversar e a te agradar e você ficou com aquela cara de boba de quem gosta do que está sendo dito. E ele te fez sorrir por várias vezes, convencido do poder que exercia sobre você. Todas os outros encontros foram assim, por acaso. E ele comentou sobre o potinho de lantejoulas que tinha perdido, e isso não soou gay, e sobre como ele deveria colocar um rastreador no potinho, já que nunca o encontrava quando precisava. Você continuou sorrindo, pela história, por ele, pelo seu sorriso que a fazia querer sorrir. O tempo passou, outros atropelaram a história que talvez aconteceria, mas em um dos encontros ele disse que viajaria. Seria um ano fora. É, tchau.

Mas ele voltou, e lá estava você, ainda sozinha. Alguns atravessaram sua vida, nenhum parou. Foi meio sem querer que se reviram no meio da rua, os olhares se cruzaram e ele parou a bicicleta para te acompanhar até em casa. E você lembrou de como gostava do jeito que ele falava e tocava sua cintura ao te abraçar. Já era tarde demais, ele estava ocupando o topo da lista, você já tinha desperdiçado tempo demais evitando lutar ao invés de tornar-se a escolhida.

E foi naquela festa que as ilusões acabaram e a realidade tomou forma, mas o coração se partiu pela primeira vez. Ele estava com outra e, ao te ver, arrependeu-se da cena. Quis conversar e te explicar que não sabia da sua presença, mas você recusou o beijo. O beijo! Ele quis um beijo. Recusado, sim, mas desejado. Ele também te queria.

Mais algumas semanas, mais uma festa. E lá estava ele, esperando por você, sem arriscar o inconscientemente planejado no intervalo de dias. As conversas, os mesmos sorrisos, o beijo. O beijo! Suas pernas tremeram e você precisou se apoiar na janela às suas costas para não perder o equilíbrio. Ele te segurou e prometeu não te deixar cair, nunca.

Bela mentira em que você acreditou. O nunca acabaria em algum tempo. E o eterno de Morais não durou como você insistiu em acreditar. Os dias juntos foram infinitos, mas o fim te trouxe a amargura do indesejado. E enquanto lutava, lembrou-se porque preferia ser escolhida a escolher, dessa maneira podia mandar e desmandar. Não havia amor, mas era você a causadora de tristezas, nunca a abandonada.

Nunca.

Você já tinha feito tantos te esquecerem, agora era sua vez de experimentar o lado contrário dos jogos de azar.

3 comentários:

junior disse...

One thing is for sure - whenever we play games, we never win. It's just illusion.

Games are for rookies. We are in war.

(Way too dramatic...)

Lígia Ruy disse...

o seu amor sempre sai ferido, né.

se eu fosse vc, virava padre (não sei se o feminino é madre, pq acho que freira é o feminino de frei. Ou não?)

Não, não vira não. Melhor não.

hahahahaa.

Ficou ótimo o texto Tata.

beijos

Anônimo disse...

É estranho, mas me remete a uma tristeza feliz.

Possível?

Em mim, provocaste bela interrogação.