Ele te conheceu contando piadas enquanto você esperava por sua amiga na rotatória perto de casa. Chegou te perguntando se não chamava Bruna, já sabendo a resposta. Não existia nenhuma Bruna e você, logicamente, disse seu nome. Objetivo alcançado. E então ele começou a conversar e a te agradar e você ficou com aquela cara de boba de quem gosta do que está sendo dito. E ele te fez sorrir por várias vezes, convencido do poder que exercia sobre você. Todas os outros encontros foram assim, por acaso. E ele comentou sobre o potinho de lantejoulas que tinha perdido, e isso não soou gay, e sobre como ele deveria colocar um rastreador no potinho, já que nunca o encontrava quando precisava. Você continuou sorrindo, pela história, por ele, pelo seu sorriso que a fazia querer sorrir. O tempo passou, outros atropelaram a história que talvez aconteceria, mas em um dos encontros ele disse que viajaria. Seria um ano fora. É, tchau.
Mas ele voltou, e lá estava você, ainda sozinha. Alguns atravessaram sua vida, nenhum parou. Foi meio sem querer que se reviram no meio da rua, os olhares se cruzaram e ele parou a bicicleta para te acompanhar até em casa. E você lembrou de como gostava do jeito que ele falava e tocava sua cintura ao te abraçar. Já era tarde demais, ele estava ocupando o topo da lista, você já tinha desperdiçado tempo demais evitando lutar ao invés de tornar-se a escolhida.
E foi naquela festa que as ilusões acabaram e a realidade tomou forma, mas o coração se partiu pela primeira vez. Ele estava com outra e, ao te ver, arrependeu-se da cena. Quis conversar e te explicar que não sabia da sua presença, mas você recusou o beijo. O beijo! Ele quis um beijo. Recusado, sim, mas desejado. Ele também te queria.
Mais algumas semanas, mais uma festa. E lá estava ele, esperando por você, sem arriscar o inconscientemente planejado no intervalo de dias. As conversas, os mesmos sorrisos, o beijo. O beijo! Suas pernas tremeram e você precisou se apoiar na janela às suas costas para não perder o equilíbrio. Ele te segurou e prometeu não te deixar cair, nunca.
Bela mentira em que você acreditou. O nunca acabaria em algum tempo. E o eterno de Morais não durou como você insistiu em acreditar. Os dias juntos foram infinitos, mas o fim te trouxe a amargura do indesejado. E enquanto lutava, lembrou-se porque preferia ser escolhida a escolher, dessa maneira podia mandar e desmandar. Não havia amor, mas era você a causadora de tristezas, nunca a abandonada.
Nunca.
Você já tinha feito tantos te esquecerem, agora era sua vez de experimentar o lado contrário dos jogos de azar.
segunda-feira, 17 de março de 2008
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3 comentários:
One thing is for sure - whenever we play games, we never win. It's just illusion.
Games are for rookies. We are in war.
(Way too dramatic...)
o seu amor sempre sai ferido, né.
se eu fosse vc, virava padre (não sei se o feminino é madre, pq acho que freira é o feminino de frei. Ou não?)
Não, não vira não. Melhor não.
hahahahaa.
Ficou ótimo o texto Tata.
beijos
É estranho, mas me remete a uma tristeza feliz.
Possível?
Em mim, provocaste bela interrogação.
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