- Oi.
- Hey, opa, como você tá? Tá melhor?
- É, tô melhor sim. Viu, obrigada por ontem, nem tive tempo de agradecer.
- Agradeceu, acho que sim, afinal um beijo é um bom agradecimento, lembra?
- Agradeci? Não! Foi você quem me beijou.
- Achei que tivesse sido ao contrário, ou você quisesse. Não pareceu só um agradecimento. Enfim, você me beijou.
- Como assim? Tem certeza? Me desculpa.
- Não precisa se desculpar. Eu gostei.
- Gostou?
- Gostei. Eu sentia que havia algo diferente entre nós dois.
- Eu também. Sabe, não queria que fosse naquela situação, mas... é que eu gosto de você, me sinto bem com você.
- Mas você me deixava em dúvida. Tantas reações indecifráveis. Verdade, é?
- Juro, é sério!
- Talvez eu esperasse pelo beijo. Certamente eu o queria tanto quanto você.
- Ué, mas porque não me disse antes?
- Porque viver dizendo tudo?
- Porque não tomou uma atitude?
- Coragem. Falta dela. Ou medo. Ou qualquer coisa que viria junto com a coragem.
- Pfff, coragem? Não vem com essa, todos usam a mesma desculpa.
- Porque essa cara? Não gostou da realidade?
- Claro, fiquei decepcionada.
- Espera, vamos consertar e lembrar depois?
- Como assim consertar?
Complementando o
texto original. Diálogo montado em parceria com
ela.